O título “Uma vida simples é mais feliz, diz arquiteto de apartamento de 19m2” logo me chamou a atenção à matéria do UOL Economia. Ele anunciava sobre uma tendência no mercado brasileiro, que são os apartamentos com metragens mínimas e super aproveitamento interno.
O arquiteto autor da frase é o também ambientalista Graham Hill, canadense que criou duas empresas com foco na internet e vendeu cada uma por US$ 10 milhões e hoje dedica-se a novos projetos que possam criar impacto positivo no mundo.
Hill criou a LifeEdited há pouco mais de um ano, escritório que fornece os projetos para o empreendimento em São Paulo e outros no mundo. O primeiro projeto da LifeEdited foi o apartamento para onde o próprio Hill se mudou há um ano, em Nova York. Ele desenhou, para o imóvel de 39m², diversas soluções para aproveitamento de espaço. Durante o dia, ele pode montar uma mesa e receber até 12 pessoas para almoçar. À noite, a mesa é escondida e dá lugar a uma cama de casal.
“Por um tempo, morei em várias cidades, sempre em locais pequenos e sempre levando minhas coisas em apenas duas malas. Isso me fez pensar sobre quanto de espaço e coisas eu realmente precisava. Percebi que uma vida simples é mais feliz”, afirma.
Bingo! Foi aí que ele tocou meu coraçãozinho. Porque tenho batido na mesma tecla com meus alunos e amigos, sobre a hipnose geral da sociedade em acumular coisas!! A vida se complica, se estrangula e vira um grande emaranhado de prestações e financiamentos, necessidade de espaço e de funcionários para manutenção do que se adquire e, no fim das contas, muito e muito gasto de energia, tempo, saúde física e sanidade mental com coisas materiais que não melhoram em nada a felicidade do “acumulador”.
“Todas as minhas coisas em duas malas!”. Já refletiram sobre isso?
Façam uma lista de quais são as situações desta semana que sugaram a sua energia: Administrar funcionários? Muitas contas para pagar? Trânsito?
Ótimo! Agora, ao invés de culpar o mundo de fora pelos seus problemas, que tal fazer um exercício para entender como você pode ter responsabilidade sobre esta lista:
– Quantas pessoas trabalham diretamente para você hoje? Seriam necessárias todas elas se sua casa fosse um pouco menor, tivesse menos coisas dentro?
– Contas a pagar? Hummm… Será que aquele apartamento maior foi adquirido num bom momento financeiro para a família e para o mercado imobiliário? será que era mesmo necessário trocar de carro e adquirir um financiamento? (poucas pessoas entendem que financiamento é uma dívida, e não aquisição de um bem).
– Deslocamentos nas grandes cidades é uma dificuldade inerente a vida urbana. Você poderia mudar este quadro se morasse mais perto do trabalho? O que o impede hoje de mudar? Escolheu um apartamento maior porém mais longe? Tem vergonha de morar de aluguel? Não pode mudar de emprego porque?
Bem,
A resposta para a grande maioria dos nossos problemas e amarras, no fundo, se chama ‘ESCOLHA’.
E é bem onde eu fecho com o arquiteto Graham Hill: uma vida simples não significa ‘pobre’, que a pobreza não é bonita nem deve ser cultivada. Uma vida simples significa ‘descomplicada’. Nossos desejos de mais e mais (consumo, status, poder ) acabam por trazer consequências desastrosas para nossas próprias vidas, geram estresse e ansiedade e nos afastam a cada dia da verdadeira felicidade. Depois é mais fácil culpar o governo, o chefe, o cônjuge do que assumir a responsabilidade sobre as próprias escolhas.
Deixo aqui um espaço para que todos reflitam, e quem já tiver pensado e a respeito, por favor compartilhe com a gente!
Namaste
2 Comments
A cada dia que passa observo uma tendência mundial de se repensar o consumo, já que a felicidade proporcionada pela satisfação do desejo é muito efêmera, se dissipando muito antes do pagamento da última prestação.
Olá Anabel. Concordo com você, acho que devagar esta tendencia consumista esta mudando! Obrigada pela visita e participação! Namaste
Leave A Comment