Semana passada escrevi sobre auto conhecimento. Na mesma semana participei de uma conversa no facebook sobre medicalização. Era um comentário de um médico sobre o uso abusivo de antidepressivos, calmantes e mais remédios para tratar ansiedade, depressão, pânico e etc.
O assunto é de suma relevância e por isso resolvi vou conversar com vocês, aprofundando o tema. Infelizmente, para quem conta com plano de saúde ou mesmo o SUS, acaba por se tornar, na maioria das vezes, vítima da falta de tempo nas consultas, advinda da excessiva demanda e de ordens administrativas. Outro ponto muito triste é a crença demasiada nos efeitos dos remédios como solucionadores totais dos males sofridos.
Não sou contra medicação, até porque em alguns casos, ela é absolutamente necessária. Mas, sou contra o uso indiscriminado para qualquer sofrimento humano, principalmente da ordem emocional. É sobre os sintomas desta ordem que estou abordando neste texto e não sobre outras doenças físicas.
Médicos não preparados adequadamente para compreender os estados emocionais e seus sintomas, agenda lotada, com intervalos de 10 minutos, se muito, não abrem espaço para a escuta adequada sobre a dor de quem procura ajuda. Há também a espera de uma solução por parte do paciente. E a forma como os médicos conseguem solucionar é medicando. Este é um ponto a ser refletido. Quantas vezes não esperamos ser medicados?
Depressão, ansiedade, síndrome bipolar, défict de atenção e hiperatividade são os diagnósticos mais utilizados e, como consequência, medicação. As medicações psiquiátricas são efetivas, desde que realmente sejam necessárias. Elas podem causar muitos efeitos colaterais e novos medicamentos são introduzidos. O artigo que participei da discussão, também apontava para o lucro dos laboratórios. Falava de uma medicina que acaba promovendo esse ciclo vicioso. Doença, remédio, mais doença, mais remédio, enriquecendo laboratórios e criando uma multidão dependente dos remédios.
Nos próximos artigos irei aprofundar sobre as diversas patologias emocionais e psiquiátricas. Neste, quero ressaltar que um trabalho de auto conhecimento pode realmente curar os sintomas. Como mencionei não sou contra a medicação. Mas, só ela não é suficiente. Mesmo que seja necessária, muitos estudos comprovam que a combinação de outras terapias se tornam muito mais eficazes no processo de cura (psicoterapia, yoga, acunpultura).
É com muita frequência que recebo no consultório pessoas medicadas, principalmente com antidepressivos e ansiolíticos (ex: rivotril) e que, com acompanhamento psicológico focado no auto conhecimento, não só melhoram significativamente dos sintomas, bem como recebem alta do psiquiatra e dos remédios. Isso acontece porque a pessoa passa a compreender o que está ocorrendo em sua vida hoje e quais as relações dos sintomas com sua história de vida emocional (conflitos, medos, crenças familiares e sociais).
Somos responsáveis pela nossa saúde e principalmente temos o direito e dever de escolher caminhos que nos façam crescer, em todos os níveis, mesmo que seja para diminuir o sofrimento. Porém os caminhos mais fáceis, os mais usuais, nem sempre são os melhores. O auto conhecimento promove crescimento, pois expandimos a visão de mundo interno e externo. Clique aqui para saber mais.
O remédio alivia os sintomas mas não os cura. Se temos uma dor de cabeça podemos tomar remédio e ela pode acabar, porém se temos dor de cabeça todos os dias ou com muita freqûencia, tomar remédio não resolverá a causa. Excluir qualquer possibilidade de alteração física com o médico é muito importante. Prosseguir com outras alternativas, mesmo quando não se chega a nenhum diagnóstico médico também.
Cristina Ciola Fonseca
Psicanalista, graduada na PUC-SP, com especialização na UNIFESP
Consultório particular (11) 5052 9286
crisciola@hotmail.com
Cartoon: psicologiadospsicologos.blogspot.com
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