comprometimento

Hoje falaremos sobre nosso grau de comprometimento. Desde cedo somos introduzidos às responsabilidades da vida. Começamos a vivenciá-las aos poucos e conforme vamos cresendo, o grau e as exigências de todos os compromissos aumentam. Dependendo de como as nossas experiências se dão ao longo da vida, podemos ter tranquilidade ou aflição na condução e escolhas dos caminhos a trilhar.

Sempre escutamos adultos dizerem “ah como eu era feliz quando criança e nem sabia, não tinha tanta responsabilidade”. Realmente, no mundo dos adultos temos que cumprir horários, pagar contas, cuidar da casa, das finanças, da família, do trabalho e etc. Nesse contexto de consumo o ter passou a significar mais responsabilidade e mais estresse.

Ter a casa própria, ter o carro x, fazer viagens internacionais, comprar isso, aquilo e a novidade x,y,z que acabou de ser lançada. Ter dinheiro, status, amigos badalados, qualidade de vida, bem estar e inúmeras imagens a representar.

O comprometimento com a vida vai acontecendo conforme o indivíduo vai construindo seu mundo. A grande questão é que só somos ensinados a construir o mundo de fora e pouco ou quase nada aprendemos sobre o mundo de dentro.

O grau de comprometimento só pode ser interno!

Isso quer dizer que se você não se compromete com seus ideiais, objetivos, sonhos e em superar seus conflitos, medos, paralizações frente à determinados assuntos ou situações, todo o esforço que se faz para manter as consquistas externas pode ir por água abaixo nas ventanias da vida. O grande alicerce é o interno. Quantas vezes escutei em meu consultório pessoas relatarem com muito sofrimento a sensação de terem contruído suas vidas na areia. Uma das piores dores é a da ilusão. É por isso que venho insistindo no conhecimento interno, pois é desta maneira que aprendemos a distinguir o real do ilusório.

Infelizmente a maioria das pessoas constroem suas vidas no terreno da ilusão e acreditam duramente que esta é a realidade.

Comprometimento exige conhecimento de si. Somente a partir do momento em que você identificar seus sonhos, seus medos, suas angústias, poderá saber realmente se está engajado no caminho da sua plena realização. Imagino agora que vários leitores podem pensar que isto na prática não é possível. Mentira. É possível sim. Trabalhoso, porém viável.

Qual é o grau de seu comprometimento consigo mesmo? Quanto você está disposto a mudar? A melhorar? A inovar?

Muitas pessoas estão tão atoladas nas tramas da vida que ficam sem energia e sem possibilidades criadoras. É muito fácil conduzirmos nossas vidas como máquinas programadas. Aprendemos de nossos pais, avós, professores, mídia, sociedade em geral que a vida é assim ou assada.

Felizmente muitos autores têm trazido outras possibilidades de se viver e construir um caminho que faça mais sentido a existência de cada um. Não é fácil descobrir qual caminho trilhar, mas se você se dispuser a mudar já é um grande começo. O que muitos alegam, com tanta naturalidade, sobre a não necessidade de mudança interna, é o maior perigo à estagnação e cristalização da vida. Isso leva a sofrimento e doenças.

O grau de comprometimento está intrisicamente ligado à felicidade. Ser egosísta não é passar por cima dos outros. Ser egoísta é cuidar de si, se transformar num ser melhor para aí sim cuidar dos outros e ensiná-los a crescer em todos os níveis com muito comprometimento e maturidade emocional. Com a base interna bem sólida, a segurança aumenta assim como o potencial criativo e inovador.

Se pudermos iniciar um novo caminho de descobertas transformadoras, poderemos passar isso as novas gerações e possibilitar saltos qualitativos de extrema importância para a constução de um mundo mais equilibrado, tanto dentro como fora de nós.

Cristina Ciola Fonseca
Psicanalista, graduada na PUC-SP, com especialização na UNIFESP
Consultório particular (11) 5052 9286 / 99850 9074
crisciola@hotmail.com

A maravilhosa ilustração que abre o post é ‘Menina de Casaco Amarelo’, de Eva Uviedo.

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