O sofrimento é tão presente na vida de grande parte das pessoas que tornou-se um ingrediente constante e permanente. Muitos acreditam que viver é sofrer, outros já o aceitaram como parceiro nesta jornada. Então hoje coloco esta questão à vocês: como podemos nos livrar do sofrimento?
Existem dois tipos de sofrimento que se manifestam: os materiais e os existenciais. Na verdade só há um, o existencial, porém algumas pessoas o sentem e compreendem no âmbito material.
O apelo ao consumo é tão grande que o sofrimento tornou-se um grande aliado as campanhas de marketing. Se você não tem tal produto você não é. Isto gera sofrimento. Quantas pessoas se endividam para manter um status social ou simplesmente para consumir e ter tudo o que aparentemente lhes trará felicidade?
Por isso, coloquei como sofrimento material. Pessoas sofrem por não terem o carro tal, a roupa de marca tal, o último aparelho tecnológico seja qual for, dentre outras situações ligadas a idéia de que ter é ser. Então chegamos no real sofrimento: ser.
Desde que nascemos caminhamos na direção de vir a ser. As aquisições internas que são as psicológicas, vão acontecendo desde o nascimento e estão diretamente ligadas ao cuidado emocional e físico recebido pelos pais ou cuidador. Ao mesmo tempo iniciam-se as conquistas externas (a vida social, profissional, familiar), as quais também ligam-se às internas (emocionais), ou seja, se internamente o emocional vai se constituindo de forma mais adequada, as conquistas externas acontecerão de maneira mais natural, sem tanto sofrimento.
Este é um ponto muito importante, pois a maior parte do sofrimento das pessoas, senão todo o sofrimento, está na raíz psicológica do desenvolvimento emocional, que é base de sustentação para o bebê se tornar um ser integrado ao longo de seu desenvolvimento físico, mental, social, cultural e emocional.
Quanto mais desconectados estivermos de nosso essência, de tudo o que nos compõe (corpo físico, mental, emocional e energético), mais sofrimento será sentido e percebido. O sofrimento é um sinalizador de que algo não está em sintonia ou harmonia. O grande problema é a enorme adaptação dos humanos às situações. O que era essencial no passado para a sobrevivência da espécie hoje tornou-se um grande obstáculo à saúde e felicidade.
Se você está adaptado ao sofrimento, repense, reveja. Este não é o curso natural da existência.
Quanto ao sofrimento material podemos compreendê-lo buscando informações sobre o que realmente é essencial à vida. Podemos nos perguntar por que e para que precisamos ter isso ou aquilo. Essas perguntas são o início da caminhada para o autoconhecimento. É um salto qualitativo da experiência do Ter para a experiência do Ser.
A consciência, como venho abordando nos posts, é essencial para o alívio do sofrimento. Quando nos livramos de crenças aprisionantes, como por exemplo, “só serei respeitado se tiver tal carro”, “eu não sou ninguém se não comprar tal roupa ou outros produtos de consumo”, “eu só serei feliz se for rico ou se possuir determinada coisa”, uma sensação real de felicidade e liberdade começam a fazer parte da vida.
Para finalizar compartilho uma palestra do fotógrafo Sebastião Salgado (falei dele no post anterior ‘Por que devemos mudar?’ Clique aqui para rever) no qual ele conta como adoeceu fazendo o que acreditava e como se curou. Para quem quiser ir um pouco mais a fundo sobre como tudo está interligado na nossa existência interna e externa, na saúde ou doença, tire uns minutos e receba uma grande lição de transformação e mudança.
https://www.youtube.com/watch?v=ZxuVALWaiLE
Cristina Ciola Fonseca
Psicanalista, graduada na PUC-SP, com especialização na UNIFESP
Consultório particular (11) 5052 9286 / 998509074
crisciola@hotmail.com
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