Adeptos dos esportes praticados ao ar livre, podem achar que treinar em um dia ensolarado e sem chuva seja agradável. Mas esse cenário típico do outono exige alguns cuidados especiais. Entre os principais cuidados, é essencial que o praticante de esporte seja orientado por um profissional e que acima de tudo, respeite seus limites individuais.
Usar roupas leves, diminuir a intensidade do exercício em pelo menos 20% nos dias mais secos e escolher o melhor horário para treinar, geralmente antes das 09h30 e depois das 16h30, são alguns dos cuidados essenciais para quem treina ao ar livre nas épocas do ano em que o tempo está mais seco.
Um sinal comum de corredores em clima seco é a cãibra muscular, que pode indicar um perigo de desidratação e é um sinal de que é hora de parar para beber água.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que para garantir um treino seguro e uma pratica saudável de qualquer atividade física ao ar livre, a umidade relativa do ar deve estar entre 45% e 50% e a temperatura ambiente não deve ultrapassar os 29°C. Com dados do INPE, em São Paulo, a umidade do ar nas últimas semanas foi, em media, 45%, limite inferior aceitável.
Hidratação
Quanto à hidratação, deve-se alcançar a ingestão de 300 ml de água 40 minutos antes da atividade física e mais 200 ml a cada 20 minutos de prática. Em atividades com duração maior que 90 minutos é aconselhável que a hidratação seja feita com bebidas específicas para esportivas ou mesmo água de coco.
Belo Horizonte, capital mineira, é também uma das cidades mais secas do país. E de acordo com o médico do esporte e cardiologista Marconi Gomes da Silva, diretor científico da Sociedade Mineira de Medicina do Exercício e do Esporte (Smexe), durante as atividades físicas respiramos pela boca, aumentando a inalação de ar que não foi adequadamente aquecido pela mucosa do nariz. Isso pode provocar irritação nas vias aéreas e uma crise de asma em pessoas com predisposição à doença.
Marconi aponta que se por um lado, no tempo seco, há a vantagem de transpirar com mais facilidade, aumentando a perda de calor para o ambiente por evaporação do suor, “por outro há uma perda de líquido mais abundante e maior risco de desidratação”. Sem uma reposição adequada de água, segundo ele, o organismo passa a usar mecanismos compensatórios para conseguir manter a intensidade da atividade. “Quando não há a hidratação adequada, a frequência cardíaca pode aumentar de forma excessiva, tentando compensar um menor volume de sangue circulante dentro dos vasos sanguíneos. Em condições climáticas desfavoráveis, pode-se sobrecarregar o coração e, caso não se esteja bem preparado, é possível se colocar em situações de risco.” Marconi não desencoraja o exercício físico nesta época, mas recomenda orientação antes da prática.
Dentre os problemas que podem ocorrer com a prática de exercícios físicos durante o tempo seco, estão: complicações alérgicas, sangramento pelas narinas, ressecamento da pele, irritação dos olhos, sensação de garganta seca, cansaço precoce e excessivo para uma intensidade de exercício normalmente bem tolerada em condições climáticas favoráveis.
Fique atento `a sua saúde e bons treinos.
Dr. Rodrigo Palhares
Medicina do Esporte e Atividade Física
www.drrodrigopalhares.com
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