Você gostaria de ler um livro, mas não tem concentração nem pra chegar ao final deste post? Pois saiba que este problema não é exclusividade sua nem dos tempos modernos.
Mas se é difícil se concentrar, não fica atrás a tarefa científica de medir a concentração. Isso acontece porque a concentração, forma prolongada de atenção, não é tarefa de uma área específica do cérebro, mas de um conjunto de sistemas que envolve o cérebro todo. O que a neurociência já sabe é que o processo de escolha de importância, baseada em emoções e memórias, tem fator crucial no processo. Com origem no sistema límbico, que comanda as emoções, a escolha do objeto a se concentrar sempre favorecerá elementos que despertam sensações intensas. Por isso é fácil se concentrar na pessoa interessante que puxou papo com você na festa!
Explicável: Para nossos ancestrais, que viviam nas savanas, era mais importante a atenção de tudo que acontecia à volta (o que programou o cérebro ao longo de milhares de anos para buscar recompensas imediatas) do que a concentração focada, de longo prazo. Isso explica não só a nossa falta de concentração (reclamação levantada por Thomas Edison, inventor da lâmpada, em 1870) como também a busca quase incontrolável por prazeres como aquele chocolate ou “futucar” no perfil dos seus amigos de Facebook.
Receber emails ou mexer em redes sociais libera dopamina, importante neurotransmissor ligado ao prazer e à motivação. Em outras palavras: seu cérebro reptiliano foi moldado para a “balada nas savanas”, e não para estudar para a prova.
Mas calma! Isso tem saída. Diferente de outros animais, temos a capacidade de acionar nosso neocórtex – a parte mais evoluída do cérebro – para tomar decisões de longo prazo. É possível treinar a capacidade de concentração. Nosso cérebro possui uma plasticidade capaz de redistribuir os neurônios de acordo com a necessidade do treino. Grande técnico, hein?
Embora parte da capacidade de se concentrar venha do seu DNA, neurocientistas e psicólogos acreditam que a concentração pode ser ensinada e cultivada ao longo da vida! Segundo a psicóloga Marilene Proença, professora da Universidade de São Paulo, a melhor técnica para isso é a Meditação. “Meditar é um exercício tão bom para o seu cérebro quanto levantar pesos na academia é para seu bíceps.” Um estudo da Universidade da Califórnia mostrou que a meditação regular pode ajudar a sustentar o foco até mesmo durante as tarefas mais longas e chatas.
Para quem quer se concentrar mais, vale praticar!
Desligue o celular, a televisão e a internet. Sente-se de maneira confortável (na cadeira, no chão,…), com a coluna ereta e feche os olhos. Comece a observar a sua respiração. Fique alguns instantes observando como o ar entra e sai do seu corpo. Na sequencia, visualize o ponto entre as sobrancelhas e procure permanecer neste ponto. Muitos pensamentos surgirão e você reconstruirá a observação sem se criticar. Comece com 05 minutos e vá aumentando conforme a prática.
Você vai conquistar não só a concentração como tranquilidade e paz! Eu já estou treinando ;-)
Fonte: Super interessante
Foto: Andrea Alves por Cesar Marfará
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