Yoga-Madonna

Não sou adepta da pratica de Ashtanga Vinyasa Yoga, estilo de hatha yoga difundido pelo mestre Pattabhi Jois, mas muitos alunos me perguntam sobre ela. Respeito profundamente a fluidez do estilo, tendo adotado o FLOW para minha própria prática e para algumas aulas que ministro. Admiro como praticantes de Ashtanga entram com rigor e aparente leveza em ásanas (posturas) consideradas difíceis até para um yogi. Mas observo que estas transições avançadas assim como a sequência ininterrupta de posturas são pouco viáveis para alunos iniciantes (exceto para aqueles que já são atletas ou dançarinos), pois exigem altíssimo nível de consciência corporal e respiratória, força e concentração, tudo que desenvolvemos ao longo de anos de prática, e não em poucas aulas. Por isso sempre entendi que este estilo cabia a praticantes avançados de yoga, não aos iniciantes.

Ashtanga, em sânscrito (língua antiga da Índia), quer dizer “oito passos” e refere-se especificamente aos “Oito Passos” descritos pelo sábio Patanjali no caminho de Iluminação. As posturas de yoga são o terceiro passo neste contexto.

Embora a técnica tenha como fim a purificação dos sistemas do corpo – especialmente do sistema nervoso – e o desbloqueios de tendências físicas e mentais (o que é o intuito de toda prática de Hatha Yoga), ela apresenta uma sequência fixa de posturas. Em sua origem na Índia, foi principalmente aplicada a um grupo de semelhantes características, que eram jovens rapazes com adequada estrutura física para suportar uma prática tão vigorosa. Desta forma, seria bem sucedida em canalizar a hiperatividade dos jovens. No contexto da nossa realidade, onde as salas de aula misturam diferentes biotipos físicos, idades, homens e mulheres, observações do professor se fazem necessárias.

Na prática de Ashtanga Vinyasa, as séries possuem sequência FIXA de posturas, embora possam ser adaptadas a alguma necessidade especial do praticante. São ao todo 06 séries oficiais, sendo que no Brasil é mais comum o trabalho das duas primeiras.

Como professora de yoga, yogaterapeuta e terapeuta ayurveda, aprendi a utilizar o vasto leque de posturas do hatha yoga para equilibrar o dosha (biotipo) do aluno, suas necessidades particulares, bem como suas possibilidades no dia exato da prática. Por isso confesso que minha dificuldade com a Ashtanga Vinyasa Yoga está na aplicação da “série fixa” em indivíduos com diferentes necessidades (físicas e mentais), diferentes constituições e, especialmente, diferentes tipos de restrições físicas ou patologias.

Abaixo um vídeo do mestre Pattabhi Jois aplicando uma aula da série 1. Em geral leva-se de um ano e meio a três anos para realizar com plenitude a série 1, se o aluno praticar com disciplina.

serie1

Seja uma aula de Ashtanga Vinyasa Yoga ou não, cabe sempre ao professor conversar com o aluno antes da prática e saber de particularidades que podem se agravar se o aluno praticar sem orientação ou ajustes adequados aos ásanas. Já vi muita gente lesionar o corpo, principalmente os ombros, por não terem sido bem orientados, por estarem realizando um exercícios inadequado ao seu biotipo ou até por imporem a si mesmos determinado ritmo ou postura apenas por um questão de EGO. O Yoga em sua essência vai justamente na contramão de um EGO alimentado na vaidade do praticante, seja de que estilo for.

Aqui o vídeo da professora Dany Sá, conhecida por sua seriedade nos ensinamentos da Ashtanga Vinyasa Yoga.

OBSERVE SEUS OBJETIVOS QUANDO FOR PRATICAR YOGA. DESTA FORMA, ESTARÁ CONSCIENTE SE QUISER AVANÇAR UM POUCO MAIS! ;-)

O MÉTODO VINYASA: É sistema caracterizado pela concentração na respiração (pranayama) sincronizada com movimentos entre posturas (ásanas). A respiração torna a prática vigorosa e facilita a realização das posturas.