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A distribuição da gordura corporal é geneticamente determinada e varia de indivíduo para indivíduo. De acordo com estudo conduzido por pesquisadores da Joslin Diabetes Center, em Boston, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences, tanto a obesidade quanto a forma do corpo parecem ser controlados por importantes genes que fazem parte do mecanismo de regulação do desenvolvimento normal. Examinando certos genes, podemos dizer o quão gordo o indivíduo é e como a gordura corporal estará distribuída no futuro, diz a pesquisa.

Basicamente, há 3 tipos de distribuição de gordura:

Androide, que deixa o corpo em forma de maçã, devido o acúmulo de gordura abdominal e tronco superior, mais comum nos homens.

Ginóide, que deixa o corpo em forma de pêra por causa de acúmulo na região interna do joelho, parte superior dos braços (cobrindo a área do tríceps), região infra abdominal (um dos poucos depósitos de gordura encontrados em mulheres magras), parte interna das coxas (mais visível em mulheres devido à largura da pelve), culotes, glúteos, flanco (parte inferior das costas) e mamas. Esta distribuição é mais comum nas mulheres.

Ovóide, com acúmulo de gordura por todo o corpo, pode ser identificado em ambos os sexos.

A localização da gordura pode ter impacto significativo no risco de desenvolver sérias doenças crônicas. A obesidade, que está atingindo proporções epidêmicas no mundo inteiro, é o principal fator de risco para a diabetes tipo 2, doença cardiovascular, câncer e outras doenças metabólicas. As pessoas que têm o formato de maçã, com a gordura concentrada no abdômem, estão sob risco muito maior para diabetes e síndrome metabólica do que aqueles com gordura subcutânea, isto é, distribuída sob as nádegas e coxas.

Podemos citar outros fatores que influenciam a distribuição de gordura corporal como a quantidade de músculo, a velocidade do metabolismo, o sexo e idade. Com o aumento da idade, ocorre diminuição da secreção do Hormonio de Crescimento (GH), cai a taxa de metabolismo basal, principalmente pós menopausa, diminuindo a quantidade de massa magra (músculo) e aumentando relativamente a quantidade de gordura corporal das mulheres. Também ocorre diminuição da queima de gordura (pela queda do metabolismo basal), o que torna o metabolismo feminino mais lento que o metabolismo do homem.

As dietas de privação, muito realizadas por mulheres e fisiculturistas, onde corta-se radicalmente um dos nutrientes, geralmente o carboidrato, diminuem o metabolismo e consequentemente aumentam a gordura corporal.

Close-up of sandwich

A temperatura do ambiente é outro fator estudado. No frio, o corpo queima mais calorias para manter a temperatura corporal, o que diminui a quantidade de gordura do corpo. O efeito termogênico de algumas substâncias como a cafeína, acelera o metabolismo e, em consequência, a redução do acúmulo de gordura.

Atividade física, gravidez e lactacão também aumentam metabolismo basal e queimam mais gordura. Estas variantes explicam parte da diferença da distribuição de gordura corporal entre homens e mulheres.
Mulheres estão destinadas a ter maiores percentagens de gordura corporal do que os homens. 8% da composição do corpo feminino é reservado para gordura essencial, enquanto que para os homens essa percentagem é 5%.

Para uma forma física ideal, a percentagem de gordura corporal das mulheres deve estar entre 16% e 25%, enquanto que para homens deve estar entre 12% e 18%. A partir de 30% de gordura corporal, mulheres já são consideradas obesas, e para homens esta percentagem é de 25%.

Portanto, mulheres não são apenas designadas a terem maior gordura corporal que os homens, mas também a distribuição dessa gordura no corpo das mulheres é diferente da dos homens.

Homens têm uma maior percentagem de massa muscular em comparação com as mulheres. Esta diferença na composição muscular entre sexos trás diferenças de estatura, peso e necessidades de calorias. Homens não possuem apenas mais músculos que mulheres, devido a maiores níveis de testosterona, mas seus músculos são naturalmente mais volumosos que os femininos. Além disso, a massa muscular maior faz o físico masculino mais sólido e naturalmente mais forte do que o físico feminino. Músculos também são uma das causas da maior necessidade de calorias dos homens em comparação com as mulheres, e da significativa diferença de peso e distribuição da gordura. Músculo é mais denso que a gordura, o que significa que mesmo se um homem e uma mulher têm o mesmo peso, o homem irá parecer mais magro do que a mulher, porque ele tem maior massa muscular. O homem também tem maior necessidade de calorias porque os músculos consomem mais calorias do que a gordura.

Por causa das diferenças nas composições de músculos e de gordura entre homens e mulheres, existe também uma diferença na composição de água. Enquanto gordura corporal contém muito pouca água (25%), aproximadamente ¾ (75%) do tecido muscular é feito de água. Embora possa parecer contraditório, uma vez que queixas sobre inchaço são geralmente considerados como uma “questão feminina”, a água representa cerca de 60% da massa do corpo masculino, enquanto representa 50% da massa corporal de uma mulher.

Historicamente, uma das hipóteses para explicar o fato de a mulher ter mais gordura e o homem mais músculo é a de que em tempos primitivos a função do sexo feminino era exclusivamente a maternidade. A gordura, supõem os cientistas, seria uma fonte adicional de energia, necessária para levar uma gestação até o final. Já o homem precisava ter mais força para correr em busca de alimento e literalmente lutar pela vida da família.

Quando praticamos exercícios, a queima da gordura ocorre em camadas. A primeira área a engordar é a última a emagrecer. O exercício parece resultar numa maior perda de gordura subcutânea. Dieta por si só, resulta em maior perda de gordura visceral (e menos na superfície). Isto explica como você pode perder peso – mas não necessariamente apresentar qualquer mudança radical na aparência. A perda de gordura localizada é ainda agravada pela celulite. A gordura se entremeia ao tecido conjuntivo fibroso, o que torna difícil para os vasos removerem a gordura destas áreas.

O exercício deve ser sempre uma parte de qualquer programa de perda de gordura, mas exercitar uma parte específica do corpo (como abdominais), não terá qualquer influência sobre a gordura localizada naquela área. O importante é aumentar a queima calórica com exercícios aeróbicos, para a gordura ser utilizada como energia e assim ser consumida.

Dr. Rodrigo Resende Palhares – CRM 120560SP
www.drrodrigopalhares.com
Médico do Esporte e Exercício do Instituto do Atleta
F. 3887.5123

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